quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

As figuras e as essências

Depois de tanto preparo e de alguns dias de férias, chegou o momento de começar efetivamente a gravar Fim de Ciclo. Alguns amigos mais próximos, conhecedores do que anda se passando nos por enquantos das gravações, perguntam-me se estou assustado ou ansioso. Nem um nem outro, respondo. Estou, antes de qualquer sombra de possível sensação desconfortável, curioso.

Os profissionais que convidei para participarem do projeto junto comigo são, antes de mais nada, amigos. Vários de longa data. Mas também com características musicais diferentes entre si. Vou dedicar algumas de minhas próximas postagens a discorrer sobre isso e sobre eles. Mas sem fazer muitos planos, pois o resultado poderá surpreender inclusive a mim.

Essa foi a foto de hoje. Por assim dizer, a primeira:


Centralizado, ao violão, Valdir Verona. Convidei-o para ser o diretor musical do cd por algumas razões bastante significativas. Primeiramente, por ser um profissional absolutamente estabelecido, com uma carreira com mais de 25 anos. O Verona estudou profundamente o violão tradicional, de 6 cordas, e depois enveredou pra viola de 10. E quando eu ouço essa viola dedilhada por ele, sinto como se o tocador decifrasse em acordes a sensação que eu mesmo tenho e que pretendo fazer transparecer ao longo das 13 canções do cd. 

Verona tem o toque refinado dos estudiosos urbanos, mas com uma alma que transcende o asfalto e o concreto e frequentemente evoca a origem rural/campeira. Foi ele quem me encorajou a transformar minhas mal-gravadas guias num projeto que, na sequência, foi aprovado pelo FINANCIARTE. Além de diretor, participará em 3 canções com sua viola.


Conheço o Duda Puccinelli há pelo menos 20 anos, desde a época em que eu era comunicador na rádio Studio 93 e ele era tecladista/vocalista/produtor da Bandida. O Duda era o cara que trazia os elementos mais hi-techs para a banda, incorporava novas e modernas sonoridades e compunha engajado nas tendências musicais daqueles anos 90 do século passado. Parece que faz tanto tempo...

Foi esse mesmo Duda que, numa noite improvável, acabou por se emocionar ao ouvir uma de minhas composições. E, entendendo perfeitamente minha proposta autoral, incentivou-me a gravar as guias. Aos poucos e com intervalos entre as sessões, uma a uma as guias foram sendo registradas. E antes que houvesse tempo hábil para serem melhor arranjadas para serem chamadas demos, o projeto já havia sido aprovado. Além de preparar o SEP ESTÚDIO pra alguns meses de gravação, ele também será tecladista em 10 faixas.


E agora se explicará, querido leitor, minha curiosidade, citada lá no início do texto: de que forma o violeiro e o tecladista, tão distintos em seus estilos, comporão a timbragem adequada para o projeto? - Bem, eu apostei nisso. E continuo apostando!

Hoje foi a reunião para a definição de estratégias. Amanhã e no final de semana juntar-se-ão a nós o baterista e o baixista. Mas sobre esses farei uma nova postagem em breve...

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