segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Água

Curioso...
Curioso mergulhar na profundeza dos elementos, perceber que meu signo é regido por fogo, com ascendente em fogo, mas a recorrência - sem a menor dúvida - é a água.
Digo curioso, pois penso que muitas vezes (todos nós) nos enganamos pensando isso ou aquilo de nós mesmos. Lembro de todas e tantas vezes que falamos sobre nós mesmos, sobre como nos justificamos através dos signos, conjunções estelares, elementos, o escambau!
Mas vejo na água (não que não veja no fogo também, mas por outro viés!) o ciclo da vida. Umas vezes calminho; outras vezes, avassalador.
Penso em meu irmão e em meus filhos. E em mim, que pensamos em mergulhar sempre, mesmo em dias de frio, mesmo com tímpanos perfurados...
Água não é Norte, mas é Mapa. Água não indica, mas explica. Água não é só básico: é essencial. Água não esconde, revela...
...
Embora toda a minha composição possa ser considerada Popular, e nesse sentido sou essencialmente Urbano, devo dizer que lamento profundamente - mas profundamente mesmo! - o descaso de todos com os cursos naturais de água de minha cidade (de todas as cidades). E, consequentemente, busque a minha identidade com a água limpa, livre, despoluída. Daí, basicamente precise me afastar dos meios urbanos pra vivenciar a experiência singular de viver água.
Essa canção não é um apelo à conservação daquele tipo xaropinho que há por aí. É apenas uma constatação de que, sem água, não há pontos de referência...




ÁGUA  

Acordei olhando o sol nascer e percebi,
Na água viva da sanga,
Que a vida é a água dos regatos cheios,
Correndo para a lembrança.

A saudade em si – águas passadas;
E o sal dos olhos – são olhos d’água;
O meio sentimento – é água rasa;
Nossa ilusão – é um sonho d’água.



Vem pra viver, que a água represada perde a vez,
Entender que o percurso da estrada é fluidez,
Aprender de uma vez que a vida é feito água.

Acordei olhando para a vida e percebi
Que o tempo não vale nada.
Mergulhei na água que me leva para o rio
Dos homens de alma lavada.

O destino em si – é rota d’água;
E o teu sorriso – é água calma;
Nosso medo em vão – é queda d’água;

Tua compreensão – é água rara.





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